A estratégia do Vasco durante o julgamento que manteve a interdição de seu estádio e puniu o clube na tarde desta segunda (17) com seis perdas de mando de campo e multa de R$ 75 mil foi a de responsabilizar a Polícia Militar pelos distúrbios ocorridos em 8 de julho, em São Januário, logo após o clássico entre Vasco e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro. Naquela oportunidade, houve um confronto entre PMs e torcedores dentro e fora do estádio, o que provocou a morte de um vascaíno, e jornalistas acabaram agredidos em seus locais de trabalhos por homens que vestiam a camisa do clube.
“Ela (a PM) foi a causadora da tragédia. A brilhante PM conhece eles (os agressores) todos. Por que não os prende?”, disse o presidente do Vasco, Eurico Miranda, que usou parte do tempo da defesa do clube para rebater com rispidez as acusações contra o Vasco – de que não teria agido para prevenir as cenas de violência em seu estádio.
O julgamento feito pela 1 Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no centro do Rio, levou mais de quatro horas. As duas testemunhas apresentadas pelo Vasco no plenário também atribuíram à PM a culpa pelo conflito.
“A PM teria de evitar a presença de ambulantes nos arredores do estádio e não o fez. E nós não vimos efetivo suficiente de policiais para o evento, um jogo tão importante”, declarou o assessor especial da presidência do Vasco, Ricardo Vasconcelos.
Já o superintendente de Patrimônio do clube, Márcio Menezes, afirmou que os distúrbios “não foram causados pelo Vasco, pela segurança privada, pelo resultado da partida, e sim por um conflito da PM com torcedores do Vasco”. “A PM, antes, ocupava a área dos alambrados de São Januário. Agora, não mais. A parte de cima, dos camarotes, das cabines de imprensa, também não conta mais com policiais. Fica tudo pra gente.”
Na defesa, o advogado do Vasco, Paulo Rubens Máximo, seguiu a cartilha e ressaltou que a PM agiu de forma muito equivocada e agravou a situação.
Em avaliação oposta, o presidente da 1 Comissão Disciplinar, Lucas Rocha, ponderou que o início de todo o tumulto se deu a partir do lançamento de uma bomba da torcida do Vasco no gramado. “Também jogou vergalhões, latas, outros objetos.”