No mês de setembro de 2018, a direção da UNITEPC (Universidade Técnica Privada Cosmos), de Puerto Quijarro-Bolívia, que faz divisa com Corumbá-Brasil, esteve em reunião com a prefeitura de Corumbá. Na ocasião foi apresentada a proposta de convénio com a prefeitura de Corumbá, para que as práticas clínicas e os estágios de internato dos académicos de Medicina pudessem ser realizadas nos postos de saúde, Hospital Santa Casa de Corumbá ou CASSEMS.

Segundo o vice-reitor da UNITEPC, e também advogado, Carlos Rivas Moreno, a proposta foi bem recebida pelo prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes. “A maioria dos estudantes do curso medicina são brasileiros, muitos vêm de lugares distantes em busca de realizar o sonho de serem médicos, muitas vezes por meios econômicos que afligem cada um dos brasileiros devido à crise que atualmente vive O Brasil e os altos custos cobrados pelas universidades particulares fazem com que os estudantes brasileiros busquem novas opções e uma grande parte deles, atravessam as fronteiras todos os dias  para estudar na Bolívia, no Paraguai e em outros países. Para a UNITEPC, seria de muito valor que o convénio fosse aceito, pois será um grande suporte para nossos profissionais médicos, além  disso, eles também irão prestar serviços gratuitos para o Hospital de Corumbá e adquirir conhecimentos sobre o SUS (Sistema Único de Saúde)”, destaca doutor Carlos Rivas.

Isabel cursa o sexto semestre de medicina (Foto: Corumbá On Line)

A estudante de medicina do sexto semestre, Isabel Cristina Rodrigues de Oliveira, afirma estar feliz com a possibilidade de poder fazer seus estágios no Brasil. “Na condição de estudante de medicina na Bolívia é muito interessante essa parceria. Considerando que muitos estudantes brasileiros, após a conclusão do curso de medicina na Bolívia, iremos trabalhar no Brasil, a possibilidade de internato no país seria de muito valor, porque teríamos contato com profissionais de saúde de Corumbá e os procedimentos e tratamentos que são aplicados no país, além de conhecer a realidade da saúde da cidade. Corumbá atende tanto a brasileiros quanto a bolivianos, e assim, teríamos contato com pacientes de ambos países. Outra vantagem é que os estudantes que moram em Corumbá poderiam reduzir os gastos em relação ao deslocamento diário para a Bolívia, economizando tempo e diminuindo gastos “, diz Isabel.

“Se o acordo se concretiza, mostra que os dois países na fronteira estão unidos, de

Laerte acredita que parceria, com qualidade, será benefica para Brasil e Bolívia (Foto: Corumbá On Line)

mãos dadas para receber pacientes, buscam melhorar dentro do possível, fazer alianças, aproveitando mão de obra qualificada, não é diferenciada estudando na Bolívia, o corpo é um corpo no mundo, os livros estudados são os mesmos, a diferença é que não temos chance de alcançar os nossos sonhos em nosso país, onde temos a percorrer para alcançar os objetivos no país vizinho, o primeiro contato com o público Brasileiro. A parceria seria uma oportunidade de mostrar nosso trabalho e preparação para ganhar o respeito de profissionais que às vezes julgam por falta de conhecimento ou mesmo contato conosco, que criaram positivamente a questão do somatório, divisor de águas, superação da água, barreiras que só tem que melhorar com o passar do tempo “, afirmou o estudante do 9° semestre de Medicina, Laerte Guerreiro, formado em Turismo no Brasil.

O biólogo e académico do 6° semestre de Medicina, Nézio Nery Filho também apoia o convénio. ” Se a parceria for concretizada será bom para ambos países, tanto para o Brasil como para a Bolívia, porque aqui a Santa Casa atente bolivianos, se fosse nos EUA eles não teriam essa oportunidade. Com a nova parceria da UNITEPC com a Prefeitura de Corumbá, podem até mesmo desenvolver um programa de treinamento acadêmico juntos, que torna a universidade mais atraente e a Santa Casa poderia evoluir a partir disso, seria aberta para pesquisas do mundo todo. Os estudantes tendo contato com os hospitais ou postos de saúde daqui teriam experiências e melhor preparado para enfrentar a realidade que é bem diferente.

Nézio ja é biólogo e acredita em programa de treinamento acadêmico conjunto (Foto: Corumbá On Line)

Se a Santa Casa, ou CASSEMS, recebessem esses alunos e treiná-los, nos moldes brasileiros, com certeza o processo de revalidação seria muito mais tranquilo para todos os alunos. Com essa aliança, que está aqui lado a lado, o aluno pode fazer a universidade e ficar em Corumbá, e também incentivar os bolivianos a trazerem conhecimento a partir daqui” concluiu Nézio.

 

Por corumbaonline

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