Há muito a Segurança Pública pede socorro, tanto quanto nós que pagamos nossos impostos, sendo o dever do Estado dar as garantias de segurança ao cidadão, por ora, quando há a ausência do Estado, o crime organizado toma conta.

Isso tudo trás um prejuízo enorme a sociedade e o atual quadro não é nada animador do ponto de vista em que as forças auxiliares estão prejudicadas por fatores essenciais, tais como falta de efetivo, armamento compatível, e o que pode trazer um beneficio maior é estabelecer políticas publicas voltadas para este setor que não consegue evitar o crescimento da marginalidade.

Vou ser franco e objetivo, a Segurança Pública não comporta mais atitudes paliativas, por exemplo, há anos o 6° BPM tem um efetivo de Companhia e entra Governador, sai Governador e a Cidade de Corumbá que não tem uma representatividade política e estando em uma área de Fronteira, parece que todos conspiram para que tenhamos uma segurança diferenciada, por exemplo, o trabalho que a Receita Federal do Brasil, realizava com excelência no Posto Esdras, hoje literalmente prejudicado em razão de uma canetada do Ministro da Fazenda, que não conhece a realidade a qual vivemos o efetivo também é deficitário, a redução da carga horária de trabalho para não pagar adicional noturno, ficou evidente, além de que o que era uma Agência da Receita Federal foi rebaixada a condição de Alfândega, com isso que se danem os crimes fronteiriços que são praticados diariamente.

Por exemplo, a intervenção no Rio de Janeiro, algo tão complexo em razão de que as Forças Armadas não estão preparadas para esse tipo de ação, tornando-se paliativa e cada vez mais o Crime Organizado toma conta da área em que domina.

Dados são de balanço divulgado pelo Fogo Cruzado, organização não governamental que levanta e disponibiliza num aplicativo informações coletadas por usuários, imprensa e polícias.

Durante os cinco meses de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, dez crianças foram baleados na região metropolitana da capital. Duas delas morreram. Os dados são de um balanço divulgado pela organização não governamental Fogo Cruzado, que levanta e disponibiliza num aplicativo informações coletadas por usuários, imprensa e polícias.

O Observatório da Intervenção contabiliza que foram realizadas 280 operações monitoradas pelo Comando Conjunto da intervenção, que mobilizaram 105 mil agentes, nas quais foram apreendidas 260 armas de fogo, uma média de 0,9 armas por operação. Cada operação contou, em média, com 375 agentes envolvidos, embora algumas tenham mobilizado milhares de militares e policiais. “Práticas policiais violentas continuam predominando contra as favelas, afirmou a coordenadora do Observatório, Sílvia Ramos.

Resultado insignificante pela mobilização que se propalou de que seria uma medida do tipo “acertar na Mosca”.

Voltando a nossa realidade, levando em consideração as estatísticas, parece que Corumbá é uma cidade tranquila, quando se amarrava cachorro com linguiça, mas não é bem assim, o último desfecho trouxe uma realidade bem perigosa e preocupante em que quatro “suspeitos” de uma tentativa de roubo a um motociclista que conseguiu escapar (o que não é aconselhável), este acionou a Policia Militar e uma viatura que estava perto do local em que os “suspeitos” costumavam ficar no “mocó”, com a chegada da guarnição, esta foi recebida a bala, demonstrando que os marginais já não tem medo da força policial, que revidou o injusto ataque, alvejando três dos “suspeitos” que não resistiram e vieram a óbito.

A resistência desses caras é algo que transcendem a paciência da população, pois todos os dias têm noticias de furtos, roubos entre outros crimes, tudo motivado pela venda e consumo de drogas, neste “mister” temos que destacar a presença do Delegado Dr. Rodrigo Blonkowisk que em recente palestra na 1ª Semana Municipal sobre Drogas, foi enfático em afirmar que ao longo da sua carreira como Delegado de Policia e nas mais diversas cidades que trabalhou, Corumbá é algo diferente, pois em um curto espaço de tempo, exatamente 18 meses, nunca tinha fechado tantas bocas de fumo, até a data da palestra, já eram 76 contabilizadas, com uma novidade, o alto consumo de maconha, isso trás a reflexão que por aqui, um percentual de cocaína fica para o comercio interno e chega assustadoramente uma grande quantidade de maconha, o que é preocupante, isso sem contar com outras drogas comercializadas e consumidas pelos usuários residentes em Corumbá.

A audácia dos marginais está aumentando; recente, um marginal tentou roubar uma moto, sacou de uma arma de fogo e felizmente ela falhou. A ação criminosa acabou sendo frustrada devido a uma sucessão de fatos que contribuíram para que o bandido acabasse preso por equipe da Força Tática. Armado com pedaços de madeira e pedras, um grupo de populares perseguiu o criminoso que atravessou a linha férrea que divide os bairros Centro América e Maria Leite, para onde fugiu. Já no outro bairro por diversas vezes durante a fuga ele parou, tirou e colocou as munições no tambor, apontou o revólver em direção às pessoas e tentou disparar, mas a arma seguiu falhando.

Preso, o meliante vai passar por uma audiência de custódia. Passam-se alguns meses ou dias e novamente é posto em liberdade pelos benefícios da própria lei, a outra ponta do “Iceberg”, na interpretação das leis, acontece à inversão de valores, o cidadão de bem no meio deste fogo cruzado, sobrevive pela graça de Deus.

 

Reginaldo Coutinho – Delegado sindical dos radialistas de Corumbá, cronista esportivo, locutor apresentador do programa Transnotícias na rádio Transamérica.

Por corumbaonline

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