Edemir Rodrigues

O governador Reinaldo Azambuja comentou, nesta sexta-feira (2), durante encontro dos governadores do Fórum Brasil Central, em Palmas (TO), que “a agropecuária” demonstrou, diante do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a forte influência na economia. De acordo com o governador, em razão da grande safra de grãos, o PIB saiu da linha negativa, mas é preciso que outros elementos que compõem o conjunto das riquezas (produção de bens e serviços) retomem a capacidade de investimento para que o Brasil “possa de fato comemorar o fim da recessão”.

“Vivemos ainda um quadro de retração da economia. A agropecuária deu a sua contribuição nesse momento, mas há que se desencadear o processo de retomada do crescimento no conjunto da economia e não apenas em um ou dois segmentos”, analisou Reinaldo Azambuja, notando a preocupação do setor produtivo em relação às políticas de preço, taxas de juros e variação cambial, fatores que permeiam os mercados interno e externo.

“O Brasil precisa de investimentos, os empresários precisam investir para gerar emprego e renda, fatores que determinam o aumento no nível de consumo. Não se pode dizer que os sinais são fortes enquanto a população não recuperar a capacidade de consumo”, disse o governador.

Fortemente influenciado pela agropecuária, o PIB cresceu 1% no primeiro trimestre do ano, comparado ao quarto trimestre de 2016, na série livre de influências sazonais. Esta foi a primeira alta na comparação, após dois anos consecutivos de queda.

Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (1º.6), no Rio de Janeiro, pelo IBGE e indicam, porém, que apesar da alta, o PIB caiu 0,4% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado, enquanto o resultado acumulado dos quatro últimos trimestres terminados agora em março registra queda de 2,3% – portanto, o acumulado dos últimos doze meses, em relação ao período imediatamente anterior.

Os dados evidenciam o forte crescimento da agropecuária, que fechou o primeiro trimestre do ano com alta de 13,4%, uma vez que a indústria teve expansão de 0,9% e o setor de serviços fechou estável entre um período e outro (0,0%).

Mesmo com o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre deste ano, no mesmo período a Despesa de Consumo das Famílias caiu 1,9%. “Esse resultado pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito e mercado de trabalho ao longo do período”, justificou o IBGE.

Segundo o IBGE, em valores correntes, o PIB encerrou o primeiro trimestre do ano em R$ 1,6 trilhão. A taxa de investimento no primeiro trimestre foi de 15,6% do PIB, abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (16,8%). A taxa de poupança foi de 15,7% ante 13,9% no mesmo período de 2016.

Por corumbaonline