A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal realizam nesta quinta-feira, 29, a Operação Nero, que tem como alvos os suspeitos de tentar invadir a sede da PF em Brasília no dia 12 e de praticar atos de vandalismo na capital federal. Na ocasião, grupos bolsonaristas radicais incendiaram veículos e depredaram uma delegacia de polícia.

Quatro pessoas já foram presas. Entre elas estão Átila Mello, encontrado em São Gonçalo, no Rio de Janeiro; a ativista bolsonarista Kilo Hirano, que estava acampada em frente ao Quartel-General em Brasília; e Joel Pires Santana. Sete pessoas ainda são consideradas foragidas.

A ação de bolsonaristas tinha como objetivo resgatar o indígena José Acácio Serere Xavante, cuja prisão foi o estopim para a onda de violência. A ordem foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por indícios de crimes e manifestações antidemocráticas por parte de Serere.

Segundo a PF, agentes cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão, sendo 11 mandados de prisão, expedidos pela Suprema Corte. As ordens estão sendo cumpridas nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Em seu Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, manifestou-se sobre a operação que, segundo ele, visa “garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio (…) Liberdade de expressão não abrange terrorismo”, escreveu.

Tentativa de invasão e depredação

Após não conseguirem entrar na sede da PF, bolsonaristas deram início a uma série de atos de vandalismo em Brasília. Pelo menos dois ônibus – um deles no Eixo Monumental, a principal via pública da capital federal – e vários carros foram incendiados.

As manifestações antidemocráticas ocorreram horas após a diplomação de Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para proteger o presidente e vice-presidente diplomados, a Polícia Federal e a Tropa de Choque da Polícia Militar cercaram o hotel onde estavam hospedados.

“O conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”, diz a nota da PF sobre a operação desta quinta-feira.

“Os crimes objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão”.

*Com informações da Reuters, ANSA e DW.

Por Portal Terra