A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (14) a operação Echelon, que combate células da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 14 estados. Em Mato Grosso do Sul, a maior parte dos alvos já estava em presídios estaduais, mas continuava atuando livremente no narcotráfico, segundo as investigações, que duraram 12 meses.

O Ministério Público de São Paulo participa das investigações, e o delegado de Polícia Civil Celso Marques, da Polícia Civil paulista em Presidente Prudente, é quem conduz os trabalhos em MS.

Policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) estão dando apoio operacional. De acordo com o titular do Garras, delegado Fábio Peró, dos seis mandados de prisão na Capital, três eram alvos que já estavam detidos no Presídio de Segurança Máxima da Capital.

Dos outros três, uma mulher foi presa por tráfico de drogas e posse de armas. Ioneide Benites Pontes, de 37 anos, foi levada para o Garras. Com ela foi encontrado dinheiro, arma e drogas no bairro Dom Antônio Barbosa.

Em Naviraí, um suspeito foi preso dentro do presídio onde já estava detido e 3 mandados de busca e apreensão estão em andamento. Em Dourados, mais um detento foi alvo de novo mandado de prisão e, em Nova Andradina, foi descoberto que um dos alvos já estava dentro de presídio em Campo Grande.

Em Coronel Sapucaia, cidade sul-mato-grossense na fronteira com o Paraguai, a Polícia Civil paulista também cumpre um mandado de busca e apreensão.

Pistas no esgoto do presídio

As investigações começaram quando agentes penitenciários encontraram fragmentos de manuscritos na rede de esgoto do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, no interior paulista.
Na ocasião a Polícia Civil foi acionada para investigar o caso e acabou identificando sete líderes de organização criminosa, além de revelar a existência de uma ligação da facção com outros países vizinhos ao Brasil.

Até agora foram identificados 103 integrantes, dos quais 75 devem ser presos nesta quinta. Os outros estados que recebem ações da Echelon são São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Alagoas, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá e Manaus.

100 mortes e guerra de facções

De acordo com a Polícia Civil, a rede identificada é responsável por acirrar a disputa entre facções do país, que já resultou em mais de cem mortes. Parte da operação tem provas sobre 12 homicídios.
A operação Echelon também investiga a ligação dos envolvidos com o desaparecimento de pessoas. Nos meses de investigação mais de uma tonelada de drogas foram apreendidas.

Um dos líderes da célula foi preso no aeroporto de Guarulhos no mês passado, quando retornava da Bahia.

No total, a ação pretende cumprir 75 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão. Além de Mato Grosso do Sul, há mandados judiciais para São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Alagoas, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá e Maranhão.

Por corumbaonline