A BR 262 continua sendo o principal meio de transporte para escoamento de produtos minerais oriundos das empresas que atuam na região de Corumbá. Sem hidrovia (Rio Paraguai está com nível abaixo de zero) e ferrovia, a alternativa para o transporte de cargas pesadas é a rodovia, mas, isto tem causado sérios problemas de tráfego, inclusive acidentes com vítimas fatais, como ocorreu no final de setembro.
A situação é tão grave que, durante sessão da Câmara Municipal, o vereador Alexandre Vasconcellos ocupou a tribuna do Plenário, para pedir fiscalização rigorosa no trecho entre Corumbá e Campo Grande, para conter abusos que estão sendo praticados por motoristas de carretas carregadas de minério.
O assunto foi debatido em duas sessões seguidas e Alexandre apresentou cobrou por meio de requerimento direcionado ao superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Mato Grosso do Sul (PRF), Luiz Alexandre Gomes da Silva, a intensificação da fiscalização dos caminhões e carretas que trafegam na rodovia BR-262, entre Corumbá e Campo Grande, na tentativa de evitar o pior.
“Temos muitas reclamações e já presenciamos, eu e o vereador Allex, carretas trafegando em comboio e imperícias realizadas por motoristas que acabam fazendo ultrapassagens em locais proibidos, um risco para ele próprio e para outras pessoas que estão trafegando pela BR”, observou.
O vereador lembrou o acidente com vítimas fatais no final de setembro, quando um dos motoristas que poderia estar dormindo, bateu na traseira de outra carreta, causando um engavetamento de quatro carretas em um trecho da BR, na região de Corumbá. Ele e o condutor do veículo que sofreu o primeiro impacto, morreram no local.
O assunto foi bastante discutido e todos os vereadores estão na luta por fiscalização rigorosa na BR, inclusive com exames toxicológicos e testes do bafômetro dos motoristas de caminhões e carretas bitrens.
“Devido ao alto número de caminhões e carretas bitrens que trafegam atualmente na BR-262, a rodovia se tornou muito perigosa. Segundo relato de motoristas, os perigos são enormes. Carretas andando em comboio dificultando a ultrapassagem de carros pequenos; imperícias por parte dos caminhoneiros; carretas trafegando em trechos na contramão para desviar de buracos; ultrapassagens em subidas, em faixas contínuas, entre outras imprudências”, destacou.
Alexandre e os demais vereadores corumbaenses lembraram que a intensa movimentação na BR 262 ocorre principalmente pelo fato o Rio Paraguai estar com seu nível abaixo de zero. Observam que, com a paralisação da hidrovia, as exportações de minério de ferro estão sendo feitas pela rodovia. Temos informação de que cerca de 280 bitrens cruzam o Pantanal diariamente, desde agosto do ano passado, levando 10 mil toneladas de minério para o porto de Santos.
MINERADORAS ORIENTAM
O presidente do Legislativo, vereador Roberto Façanha, destacou que o tráfego de veículos pesados na BR é preocupante e que o assunto já foi discutido durante uma reunião dos vereadores com as empresas que atuam no setor de mineração.
“As mineradoras também estão preocupadas e nos adiantaram que todos os motoristas que fazem esse serviço de exportação, são orientados para conduzir seus veículos respeitando as leis de trânsito, sob risco de exclusão”, lembrou. “O problema é sério e temos que combater.
Allex Dellas lembrou que não há como paralisar o escoamento do minério pela rodovia, o único meio viável hoje. Mas que “é preciso tomar todas as providências cabíveis, para evitar o que tem ocorrido ultimamente, para evitar o risco de perder o serviço”.
Manoel Rodrigues citou a importância dos exames toxicológicos, bem como o teste de bafômetro em todos os prestadores desse tipo de serviço, para que estejam aptos e trafegar pelas rodovias, já que é “preciso ter motoristas preparados para realizar o transporte, evitando cometer infrações de trânsito, colocando em risco não só a vida deles, mas de terceiros que estão sofrendo, e muito”.
Outros vereadores também se manifestaram a favor de uma fiscalização rigorosa por parte da PRF, bem como de trabalhar junto ao Governo do Estado e ao Governo Federal, e “lutar pela viabilização da malha oeste, ferrovia que vai baratear o transporte do minério e propiciar maior segurança em nossas estradas”.
Samyr Qualhada e Elinho Junior também mostraram preocupação com o que tem ocorrido na BR 262. Qualhada inclusive citou um problema sério na região do assentamento São Gabriel e Albuquerque. Segundo ele, devido ao fato de as carretas trafegarem em velocidade, a riscos de atropelamentos de crianças que descem do ônibus, após a saída da escola, e precisam atravessar a pista para se dirigirem às suas casas. “O medo de atropelamentos está preocupando os pais naquela região”, completou.