Na Boca do Túnel

6 de outubro de 2023

Reginaldo Coutinho – Delegado sindical dos radialistas de Corumbá, cronista esportivo, locutor apresentador do programa Transahits na rádio Transamérica

A volta do Corumbaense Futebol Clube que ficou escrita na história

A Fénix ou Fênix é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas. Pegando esse gancho acima descrito, venho comentar a volta do Corumbaense Futebol Clube no cenário esportivo de Mato Grosso do Sul. Era o ano de 2004, quando, o então presidente do clube, Jorge Mario Freitas, resolveu realizar uma partida amistosa trazendo alguns atletas que fizeram parte da conquista do titulo estadual de 1.984, jogo realizado no Arthur Marinho, com direito a uma resenha na sede social do clube, uma festa para traduzir a importância da conquista dentro do futebol profissional.

À época eu estava na Rádio Comunitária FM Pantanal, 87.9 e apresentava um programa esportivo denominado No Mundo da Bola, e começamos a insistir com o Jorge Freitas a possibilidade da volta do clube para disputar a serie B. Jorge Freitas, receoso, hora se animava, hora não, e continuamos a insistir sempre em entrevista, deixava uma pontinha de esperança de que poderia acontecer, insistimos, insistimos e lógico, com a vontade de ter de volta o clube no futebol profissional, Jorge Freitas arregimentou através de sua articulação, alguns patrocinadores, sendo o principal apoiador, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (In-Memorian), que foi eleito em 2004, amava o Corumbaense Futebol Clube como poucos e depois de eleito, houve a tratativa de apoio incondicional para que de fato a Fênix ressurgisse das cinzas.

Dito e feito, no ano seguinte, Jorge Mario Freitas participa do arbitral na FFMS e confirma a participação no Estadual de 2005, quando montou um elenco modesto, que acabou chegando entre os 4 primeiros colocados e havia um acordo de subir os 4 para a Serie A, só que alguém roeu a corda, salvo engano o Coxim, depois  que venceu a primeira partida contra o Corumbaense, bateu o pé para que fossem apenas dois a subir, a tradicional virada de mesa, porém o sonho continuou, com uma geração de atletas pratas da casa. Em 2006, começou novamente a escalada para subir para a elite do futebol sul-mato-grossense, a equipe não estava rendendo bem na 1ª fase o que culminou com uma derrota para o União Marambaia de Bonito, o que levou a demissão do técnico Claudio Mineiro, exatamente na parada da delegação no Zero Hora, em Miranda, quando o meu amigo Claudio Mineiro me chamou a parte e disse que não estava sentindo a vontade e que iria aceitar qualquer tomada de decisão por parte da Diretoria. Chegando a Corumbá, de fato foi demitido e em seguida a contração de Da Silva que já tinha passado pelo clube. Lembro como se fosse hoje, a apresentação do Da Silva foi na cidade de Miranda em uma partida contra o Flamenguinho daquela cidade com vitória fácil para o Corumbaense, mas o técnico percebeu algumas deficiências em algumas posições e ai Jorge Mario Freitas teve que abrir o cofre, sendo contratados os seguintes atletas: Rony (goleiro), Thalles e Luiz Carlos (zagueiros) Waldir (volante) Claudinho (meia atacante) e Emerson (atacante), a primeira fase foi um desastre, mas na segunda fase a equipe com os reforços ganhou fôlego e fez grandes jogos que credenciou o Corumbaense a seguir na competição, alguns jogos foram extremamente difíceis, como o de Ivinhema no empate de 2×2, isso aos 49 minutos do segundo tempo, cabeçada de Thalles que entrou para a história do Clube, depois o rolo, com direito a agressão ao quarteto de arbitragem e depois apedrejaram o ônibus que fazia o transporte da delegação, foi tenso!

Depois que foi para a semi-final contra o União Marambaia de Bonito, que tinha sido penalizado com a perda do mando de jogo em razão de briga generalizada na partida contra Ponta Porã, o mando da equipe de Bonito foi o Estádio Jaques da Luz. Como o Corumbaense estava sobrando, atropelou nos dois jogos e foi jogar a primeira partida da final em Paranaíba, vencendo e convencendo em uma memorável partida por 4×0, no jogo de volta fez o dever de casa, ganhou por 2×1, quando a torcida comemorou no Estádio Arthur Marinho o titulo da serie B e a volta a elite do futebol sul-mato-grossense.

Eu acompanhei o Corumbaense Futebol Clube em todos os seus jogos, com alguns patrocinadores, o meu amigo Profº Heliney Miranda Junior que acreditou no projeto, fazendo com que a FM Pantanal fosse a emissora porta voz em um período que não tínhamos medo de cara feia, juntamente com Maurinho Paulo, Marcelo Lima, Alex Carvalho, Joel de Souza e repórteres de outras cidade como o Eduardo Palomita, conseguimos fazer por amor e deixar um legado na Crônica Esportiva de Mato Grosso do Sul, agora mérito ao ex-presidente Jorge Mario Freitas que soube como poucos valorizar o espaço que estava surgindo para a volta do Corumbaense Futebol Clube no futebol profissional, com todas as dificuldades, também deixou um legado na administração de um clube de futebol, não fosse esse gesto de dedicação ao futebol, muitos não estariam hoje achando que estão inventando a roda.

Em tempo, foi apresentando via Facebook, o elenco do Corumbaense Futebol Clube, tomara que de certo!!!!!

Por Da Redação

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