Na Boca do Túnel

25 de agosto de 2023

Reginaldo Coutinho – Delegado sindical dos radialistas de Corumbá, cronista esportivo, locutor apresentador do programa Transahits na rádio Transamérica

A insegurança de um projeto para torná-lo sólido

A situação do Corumbaense Futebol Clube está exatamente na contramão daquilo que vem sendo muito bem trabalhado pelo Projeto Geração Olímpica, com resultados expressivos na categoria de base. Talvez a política do Clube na atual conjuntura seja ter um elenco pronto para disputar o estadual da Série B e assim não correr o risco de apenas participar da competição. No entanto, esse modelo estratégico não deu certo após 2017, pois as contratações foram um fiasco que deixaram um rastro de dívidas trabalhistas.

Não se vislumbra copiar o exemplo que deu certo em 2006, quando se mesclou prata da casa com alguns atletas carentes de posições, como Rony (Goleiro), Thalles e Luiz Carlos (Zagueiros), Waldir (Volante), Claudinho e Emerson (Atacantes). Eles fizeram uma grande disputa na competição, chegando à ponta dos cascos e com duas vitórias fora e dentro de casa contra o Paranaíba, conseguiram ser campeões da Série B daquele ano. Não é difícil identificar a carência das posições, basta que tenham o contato certo para trazer atletas que possam contribuir para subir e permanecer na elite do futebol sul-mato-grossense.

Agora, há essa indefinição sobre por onde começar. Não é difícil acertar uma comissão técnica aqui, pois o Profº Osvaldo Junior tem conhecimento e profissionalismo naquilo a que se propõe a fazer. Efetivamente, ele pode criar uma comissão técnica que atenda às necessidades para a disputa. No entanto, é claro que o Osvaldo sabe quais posições carentes temos por aqui. Isso obrigaria a Diretoria do Clube, através do contato do próprio técnico em Mato Grosso, a trazer esses atletas que, juntando as peças com os pratas da casa, poderiam formar um elenco que pudesse competir para chegar em igualdade de condições. Das 7 equipes elencadas para a disputa, 4 são equilibradas, mas não sei até que ponto haverá investimento para montar uma equipe competitiva. Além do Corumbaense, o Águia Negra também pode montar uma equipe competitiva. Não sei como anda a disposição de investimentos do ABC, que sempre manteve uma equipe mediana nas competições, e o Misto de Três Lagoas, que nunca fez uma boa campanha em estaduais. As outras três estão estreando na competição, sendo elas São Gabriel, que pode ter suporte financeiro, Portuguesa e Náutico de Campo Grande.

Temos ainda empresas por aqui que podem ajudar nessa caminhada, principalmente do setor de Mineração. No entanto, precisa ser um projeto sério, com as devidas prestações de contas, para que, alcançando êxito na competição, possa haver essa parceria para a continuidade dos trabalhos, fortalecendo ainda mais a categoria de base. Por esse prisma, não é difícil construir um elenco forte. O conhecimento do Osvaldo em Mato Grosso ainda é relevante, ele goza de prestígio por ter trabalhado no Cuiabá, assim como o Técnico Renato, que foi técnico do Pantanal e atualmente reside em Santa Catarina. Ele pode ser um contato importante, pois passou pelo Fluminense junto com Abel Braga e ganhou bastante experiência no futebol profissional. Basta que entrem em contato. A própria Diretoria também possui seus contatos, embora nos últimos anos de participação, tenha trazido jogadores de qualidade inferior, o que resultou na situação atual. Acredito que, em um contexto globalizado, ficar preso a esses pensamentos não nos tornará um representante digno no futebol profissional.

Tratado de Cessão por 10 anos do Arthur Marinho

A maior dificuldade para o Corumbaense estar disputando o campeonato profissional da Série B foi resolvida por uma articulação do Prefeito Marcelo Iunes, do Secretário de Governo Luiz Antonio Pardal e do Presidente da Funec, Marcelo Araujo, referente à assinatura da Cessão do Estádio Arthur Marinho por 10 anos. Com investimentos previstos em um milhão de reais para atender às demandas do espaço. Caso contrário, seria inviável devido às condições impostas pelo Presidente da entidade, que queria auferir 30% da renda do Corumbaense nos jogos do estadual. É inadmissível a falta de responsabilidade da atual diretoria da liga de esportes de Corumbá.

Sem essa atitude do Prefeito Marcelo Iunes, o Arthur Marinho certamente continuaria sendo um elefante branco. O Prefeito Marcelo Iunes prometeu deixar o Estádio Arthur Marinho em condições de uso e investir em melhorias, demonstrando preocupação com o desenvolvimento do esporte na região, incluindo o futebol amador, o Programa Geração Olímpica e o nosso Corumbaense. Nos dias de jogos, vemos famílias vindo torcer. Por isso, vamos deixar o estádio em condições de receber as pessoas, atendendo ao futebol amador, ao feminino e, especialmente, ao Corumbaense Futebol Clube. Nosso comprometimento principal é com o Sub-15, Sub-17, Feminino e o Amador, mas certamente ajudará o Corumbaense na competição estadual”, afirmou o prefeito Marcelo Iunes. O Diretor Presidente da Funec, Marcelo Araujo, também se pronunciou de forma expressiva sobre a necessidade de fomentar o esporte amador na cidade, atendendo desde os mais jovens até as atletas do futebol feminino. Para participar de um estadual Sub-17, é um pré-requisito ter um estádio, ou seja, os atletas tinham que representar times de outras cidades por não termos o estádio em condições. Essa é a importância de ter o Arthur Marinho apto. Logicamente, há a questão do Corumbaense que deve participar do estadual, mas nossa prioridade é fomentar o esporte na região. Essa é uma ótima oportunidade para o Corumbaense Futebol Clube se preparar para a estreia em 15 de outubro.

Por Da Redação