Horas antes de a bola rolar para a semifinal entre Manchester City e Urawa Reds, no Estádio Rei Abdullah, em Jedá, o clube inglês anunciou o corte de Haaland, De Bruyne e Doku do Mundial de Clubes, na Arábia Saudita. Motivo para a torcida tricolor comemorar, mas com moderação, já que o time de Pep Guardiola confirmou o favoritismo diante dos japoneses na vitória por 3 a 0, nesta terça-feira, para fazer a final contra o Fluminense na próxima sexta-feira.

As ausências dos craques não tornam o City menos favorito, como ficou claro no jogo desta tarde. O clube inglês continua sendo o time a ser batido no mundo. Mas, sem Haaland e De Bruyne, a equipe de Pep Guardiola perde em qualidade no meio-campo e nas finalizações. Um dos motivos, inclusive, do momento de instabilidade que vive na atual temporada, pois não conta com o belga desde agosto. Sem o norueguês perde a referência na área — vide a quantidade de chutes de meia distância. O treinador ainda optou por deixar o seu substituto natural, o argentino Julián Álvarez, no banco de reservas (ele entrou na metade do segundo tempo com o placar garantido).

Na retranca japonesa do primeiro tempo, faltaram justamente o toque especial do belga, que acha espaço onde não existe, e a infinita capacidade do norueguês em fazer gols. Apesar do domínio absoluto da posse de bola, o City não repete o jogo bonito da temporada passada. Ficou preso na marcação do adversário, a quem faltou qualidade para sair nos contra-ataques. Algo que não faltará ao tricolor, como já provou ao longo do ano.

O primeiro gol, por coincidência, saiu dos pés de um compatriota de Haaland nos acréscimos do primeiro tempo. O zagueiro norueguês Höibraaten tocou para a própria rede após cruzamento do português Matheus Nunes, que desperdiçou várias chances ao longo do jogo. No segundo tempo, os ingleses aproveitaram os espaços do time japonês para confirmar a vitória com Kovacic e Bernardo Silva. Daí para frente, Guardiola aproveitou para dar descanso aos jogadores e fazer um treino de luxo.

É certo que o técnico Fernando Diniz já está estudando em detalhes o jogo desta terça-feira. E ele deve ter percebido um aspecto favorável ao Fluminense: o atual time do City ainda é uma equipe em formação. Não é a primeira vez que Guardiola precisa remontar o time com as competições em andamento, seja por causa de lesões ou por novas contratações. A verdade é que o City desta temporada ainda não se encontrou.

Ficou óbvio pela dificuldade na saída de bola diante de um time bem mais fraco. Não foram poucas as vezes que o goleiro Ederson e a zaga formada por Stones e Akanji se enrolaram sob a mínima pressão japonesa. O ataque tricolor tem muito mais qualidade para aproveitar as chances. E não falta coragem ao time de Diniz para impor seu jogo diante do gigante europeu.

O tricolor, no entanto, vai ter que ter cuidado redobrado pelas pontas. Se o meio-campo do City se mostrou com dificuldades de sair da marcação, a velocidade e o toque de bola rápido com Bernardo Silva, Grealish e Folden obrigarão a defesa do Fluminense a dobrar a marcação para não deixar os veteranos Samuel Xavier e Marcelo no mano a mano.

Além disso, há a principal diferença entre os times europeus e sul-americanos: a intensidade de jogo. A questão física, independente da idade, pode ser o fator mais desequilibrante a favor dos ingleses ainda que desfalcados.

O favoritismo do City é indiscutível, mas ao Fluminense não custa nada sonhar.

Por G1

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