No ápice da temporada do futebol europeu, Manchester City Inter de Milão se enfrentam neste sábado, 10, em Istambul, pela final da Champions League. Caminhos diferentes no ano separaram as equipes até a decisão: os ingleses podem alcançar a tríplice coroa com a conquista inédita neste sábado; já a Inter busca seu segundo título no ano após tropeços no Campeonato Italiano e tenta “salvar” a campanha do país em competições continentais. A partida acontece às 16h (horário de Brasília) e tem transmissão da TNTSBT HBO Max.

Esse é o quinto encontro entre italianos e ingleses na decisão da principal competição de clubes do mundo. No retrospecto, duas vitórias para cada lado, sendo que em todas as ocasiões o representante inglês foi o Liverpool. Em 1984 e 2005, vitória sobre Roma e Milan, respectivamente; em 1985 e 2007, Juventus e Milan se vingaram dos Reds.

Desde 2010, um clube italiano não conquista a Champions League. Na ocasião, a própria Inter de Milão realizou o feito, ao derrotar o Bayern de Munique na decisão. 13 anos depois, a equipe Nerazzurri tem mais uma oportunidade de colocar a Itália no topo da Europa, em uma temporada que colocou o país no centro das disputas.

Não é equivocado dizer que houve um “Renascimento Italiano”. Em 2023, todas as finais europeias (Champions, Europa e Conference League) tinham representantes do país na decisão, mas nenhum conseguiu alcançar a glória: na Liga Europa, a Roma foi derrotada nos pênaltis pelo Sevilla, enquanto a Fiorentina sucumbiu diante do West Ham. Em meio a esse cenário, a Inter tem a missão de, além de conquistar o tetracampeonato da Champions, evitar uma temporada sem conquistas europeias da Itália.

Apesar de não ter participado das últimas duas Copas do Mundo (2018 e 2022), o momento da Itália no esporte permite com que a Inter sonhe com o título. Em 2021, a seleção masculina conquistou a Eurocopa, por exemplo. Mas assim como em 2010, a Inter chega como “azarão” na decisão. O próprio treinador, Simone Inzaghi, reconhece esse status da equipe.

“É normal o Manchester City ser favorito, é o melhor time do mundo e já o demonstrou. Também fizemos uma campanha fantástica. Queremos fazer história. Depois de 13 anos estamos na final e queremos aproveitar a oportunidade. Vamos precisar de muito coração e muita mente”, afirmou o técnico, em entrevista coletiva nesta semana.

A Inter sofreu com perdas ao longo do ano, até chegar à decisão. A principal, do então capitão Milan Skriniar, foi um momento de mudança para o time. No início do ano, o zagueiro se recusou a renovar o vínculo com a Inter e acertou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain; além disso, foi afastado da equipe para tratar uma lesão nas costas em março. Desde as oitavas de final, contra o Porto, não entra em campo.

Lautaro Martínez, camisa 10, foi o escolhido por Inzaghi para assumir a braçadeira. Na Itália desde 2018, é o grande nome de uma equipe que também conta com Dzeko, Lukaku e Brozovic. Campeão com a seleção argentina no Catar, pode levantar a taça da Champions League após sofrer com lesões na metade da temporada.

“A sensação é semelhante à da final da Copa do Mundo. O mérito vai para o trabalho de todo o ano. O trabalho em equipe é o mais importante para atingir as metas. Agora falta a última etapa, precisamos estar prontos para esta importante fase”, afirmou o atacante. Foi dos pés de Lautaro o gol que garantiu a Inter na decisão, após vencer o Milan na partida de volta das semifinais.

Tríplice coroa do Manchester City

A Champions League é a obsessão do Manchester City. A chegada de Pep Guardiola, após a equipe ter sido eliminada nas semifinais da competição na temporada 2015/2016, tinha como um dos objetivos permitir que o clube alçasse voos maiores na Europa. Na Inglaterra, conseguiu moldar uma equipe com a sua cara e conquistou cinco vezes o Campeonato Inglês.

Mas ainda falta a Liga dos Campeões, onde segue invicto nesta temporada. Em diversas oportunidades, Pep e a diretoria do clube reiteraram que estão satisfeitos com o trabalho no City; o treinador, inclusive, já destacou que dá mais importância para o campeonato nacional, com 38 rodadas, do que a competição europeia. Para os torcedores, no entanto, a ausência da Champions na sala de troféu tem um peso.

Desde 2016, o City foi eliminado uma vez nas oitavas e três vezes seguidas, entre 2018 e 2020, nas quartas de final. Em 2021, chegou à sua primeira decisão com o City, mas foi derrotado pelo Chelsea. “Quantos clubes destruíram suas ideias por não conquistar a Champions League? E quantos se tornaram grandes por vencerem? Eu não concordo com essa visão, mas sei que nosso trabalho será validado se ganharmos; se não vencermos, não fará sentido (o nosso trabalho). É injusto, mas temos de aceitar”, disse Pep Guardiola, em entrevista ao canal oficial do City.

Campeão inglês e da Copa da Inglaterra nesta temporada, o City pode igualar o feito do rival United caso conquiste a Champions League; em 1998/1999, os Red Devils se tornaram o primeiro clube inglês – e, até hoje, o único – a conquistar a tríplice coroa. O City chegou perto em 2018/2019, quando conquistou todos os títulos domésticos. Faltou apenas a competição europeia.

Em comparação com 2021, quando foi vice-campeão, a base segue a mesma, mas com um diferencial: Erling Haaland. Artilheiro da Champions nesta temporada, o norueguês é um dos fatores para explicar o sucesso do City. Decisivo no confronto das oitavas, contra o RB Leipzig, e das quartas, diante do Bayern de Munique, o centroavante está entre os cotados a conquistar a Bola de Ouro neste ano.

Por outro lado, Haaland vive uma seca de gols em jogos decisivos. Passou em branco nas duas semifinais contra o Real Madrid na Champions League, na final da FA Cup contra o Manchester United e na Supercopa da Inglaterra, ainda em seu primeiro mês no City. Além disso, está há cinco jogos sem ir às redes.

Outros nomes também foram decisivos na campanha: De Bruyne, Gundogan – que erguerá o troféu caso o City seja campeão -, Jack Grealish e Rúben Dias são peças fundamentais de uma equipe que se reconstruiu durante a temporada. O time chegou a ficar oito pontos atrás do Arsenal, na liderança da Premier League, mas se recuperou nos confrontos diretos com o rival londrino (duas vitórias, por 3 a 1 e 4 a 1, na campanha).

Esquemas semelhantes

Ao longo da campanhas na Champions, Manchester City e Inter se adaptaram com esquemas táticos semelhantes. No papel, tanto Guardiola quanto Inzaghi montam suas equipes com três zagueiros, o que possibilita aos homens de frente exercer pressão sobre a saída de bola do adversário.

A tendência da partida é que o Manchester City mantenha a bola sob seus domínios a maior parte do tempo. Será um desafio para a Inter anular esse esquema, como reconheceu o próprio treinador Inzaghi antes do jogo. “Quanto mais você vê o City, mais você entende seus resultados. Eles têm técnica, fisicalidade, um time completo. Eles jogam de forma brilhante na posse de bola e no ataque. Equipe com poucos pontos fracos”, avaliou, em entrevista ao portal sempreinter.com.

No papel, a diferença nos planos de jogo está no meio-campo e ataque. O City tem Haaland à frente, como o único homem de referência, que é utilizado nos jogos como uma “distração” para o setor defensivo adversário. Contra o Real Madrid e Manchester United, serviu para esse propósito. A Inter tem dois homens de referência, Lautaro e Lukaku, e um meio-campo com cinco jogadores.

Na última final do City, este segundo terço do campo congestionado foi um fator para a derrota diante do Chelsea. Sem o domínio no setor, Pep Guardiola perdeu o controle da partida desde o início ao não escalar volantes. Ao longo do ano ele relembrou o erro em algumas oportunidades e chegou a afirmar que não iria “pensar demais” novamente antes da escalação.

MANCHESTER CITY X INTER DE MILÃO

  • MANCHESTER CITY: Ederson; Walker, Rúben Dias e Akanji; Stones e Rodri; Bernardo Silva, De Bruyne, Gundogan e Grealish; Haaland. Técnico: Pep Guardiola.
  • INTER DE MILÃO: Onana; D’Ambrosio, Acerbi e Bastoni; Dumfries, Barella, Calhanoglu, Brozovic e Dimarco; Lautaro Martínez e Lukaku. Técnico: Simone Inzaghi.
  • Árbitro: Szymon Marciniak (POL).
  • Horário: 16h.
  • Local: Estádio Olímpico Atatürk.
  • TV: SBT, TNT e HBO Max.

Por Portal Terra

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