A mãe da menina de 11 anos, assassinada na noite deste domingo (11) no Bairro Nossa Senhora das Graças, foi presa por abandono de incapaz após ficar sete horas fora de . Dois irmãos da vítima, de 3 anos e menos de 1 ano, estavam na residência no momento do crime.

A mãe prestou depoimento por cerca de 40 minutos, na manhã desta segunda-feira (12), na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Segundo a delegada Karen Viana de Queiroz, ela seria garota de programa e o trabalho da polícia na identificação do suspeito é dificultada devido ao constante fluxo de pessoas na residência.

Na noite do crime, a mãe teria ido para um bar ingerir bebidas alcoólicas e deixado as crianças sozinhas, trancadas dentro de casa. A delegada explicou que a menina de 11 anos estava com diversos ferimentos pelo corpo, mordidas e com as partes íntimas dilaceradas. Há indícios de estupro, mas a polícia aguarda a confirmação através de laudos periciais.

Segundo vizinhos que também prestaram depoimento, a situação é recorrente e esta não seria a primeira vez que a mãe deixou os três filhos sem a companhia de um adulto, aos cuidados da irmã mais velha, de 11 anos. A menina foi encontrada seminua após um vizinho ouvir o choro do irmão mais novo.

Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tentaram reanimação por cerca de uma hora, mas a criança já estava morta. O crime chocou até mesmo os socorristas, e os policiais que atenderam à ocorrência.

Ainda segundo a delegada, a suspeita é de que o autor tenha entrado na casa pelos fundos, já que era utilizada uma máquina de lavar para segurar a porta dos fundos. Já a porta da frente, ficaria trancada. Testemunhas também confirmaram que a mãe estava no bar citado, o que faz com que a polícia não trabalhe com a hipótese de que ela esteja envolvida no crime.

Os irmãos menores da vítima ficaram aos cuidados do Conselho Tutelar. A delegada representou pela prisão preventiva da mãe. Segundo Karen, no imóvel não tinha alimento para as crianças, que viviam em situações precárias.

A mãe também não suspeita quem possa ser o autor do crime. Segundo a delegada, durante o depoimento, ela chegou a ficar abalada, mas tentava culpar terceiros por não ter visto o autor entrar no imóvel. O pai da menina faleceu há cerca de dois anos.

Delegada Karen Viana pediu pela prisão preventiva da mãe. (Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

Vizinhos ouviram choro de bebê

Um  relatou que encontrou a mãe da vítima em um bar, por volta das 19h30, e por volta das 22h foram até a residência dela. Ao chegarem, a mãe chamou a filha para que abrisse a porta e ela não respondia, momento em que ela deu a volta na casa e entrou pela porta dos fundos.

A mãe teria encontrado a filha caída no chão da cozinha e começado a gritar por socorro. O homem que a acompanhava chamou um vizinho, que arrombou a porta, e em seguida acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

A mãe não soube precisar que horas saiu e deixou a vítima e seus outros filhos sozinhos. Segundo os policiais, ela aparentava estar embriagada e agressiva, e tentou sair do local, mas foi algemada e encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) para prestar esclarecimentos.

Duas testemunhas, vizinhas da residência, informaram que a mãe foi até a casa delas pedindo socorro, pois teria encontrado a filha no chão da cozinha, e parecia ter sido estuprada e morta. Outro vizinho informou que o suposto autor estaria com calça jeans desbotada, camiseta preta e boné verde.

O vizinho relatou que havia discutido com a mãe da criança há alguns meses, e por isso não teria pedido ajuda. Entretanto, ele disse ter ouvido quando o suspeito chamou a mãe da menina no portão dizendo que precisava entregar um dinheiro a ela, mas a filha teria atendido e dito que a mãe não estava em casa.

Cerca de 15 minutos depois, o vizinho disse ter ouvido o irmão da vítima chorando, ter saído no portão e visto o homem saindo da residência, andando rápido e olhando para trás. O Conselho Tutelar também foi acionado. O caso foi registrado como estupro de vulnerável, abandono de incapaz e homicídio majorado contra pessoa menor de 14 anos.

Por Midiamax

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