Desde o início da paralisação dos caminhoneiros, o Governo de Mato Grosso do Sul tem conversado com representantes de diversas entidades e buscando soluções para por fim ao impasse. O resultado já começa a ser percebido no Estado.

“Estávamos preocupados porque começou a faltar carne, trigo, feijão e daqui a pouco a população ia ficar impaciente, poderia ter saques nos supermercados. Hoje, mudou o cenário. O resultado da reunião do Governo com o setor produtivo na terça-feira [29.5] já começa a surtir efeito. Chegaram combustíveis e produtos. O governador Reinaldo Azambuja soube ter sensibilidade de entender a crise e ao baixar a alíquota do diesel ajuda outros estados a fazer a parte deles também”, afirma o presidente da Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (Amas), Edmilson Verati.

A Amas representa mais de mil lojas como supermercados, hipermercados e atacarejos, que abastecem os restaurantes e são responsáveis por 88% da alimentação dos lares das famílias de Mato Grosso do Sul. Ele estima um prejuízo para o setor supermercadista de, pelo menos, R$ 60 milhões neste período.

“Ficou mais justo. Vamos ter a mesma alíquota que São Paulo e Paraná e os postos serão fiscalizados para que essa redução chegue para nós”, afirma o caminhoneiro Giuliano Roberto de Souza. O Governo do Estado assumiu o compromisso de reduzir a alíquota do ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] do diesel de 17% para 12%, desde que as rodovias fossem liberadas para o tráfego normal e, assim, restabelecer o abastecimento para que o consumidor seja beneficiado com a diminuição do preço na bomba.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-MS), Edson Araújo, destacou que o caminho para acabar com a paralisação foi construído por meio do diálogo. “O Governo do Estado tem agido corretamente e dentro do âmbito estadual para por fim a greve dos caminhoneiros”,declara. “A Fecomércio corrobora com as propostas do Governo do Estado, de redução da alíquota do ICMS em cinco pontos percentuais, mediante a liberação das mercadorias em trânsito por Mato Grosso do Sul”.

O governador Reinaldo Azambuja em reunião com representantes de diversos segmentos para definição da redução da alíquota do ICMS.

Para o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, o Governo do Estado foi protagonista durante o momento de crise. “A sensibilidade do governador foi muito positiva. Abrir mão da arrecadação exige sacrifício do Governo do Estado. A parte do Governo foi feita. Ganharemos todos com o restabelecimento da ordem social de MS”.

O gerente executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, afirmou que o governador Reinaldo Azambuja abriu para o diálogo, sentando à mesa, analisando as informações e escutando as necessidades dos setores de Mato Grosso do Sul. “O Sinpetro considera como uma atitude corajosa por parte do governador a redução da alíquota do ICMS do diesel. Enquanto as contas dos estados estão com dificuldades, mesmo assim Reinaldo Azambuja teve a coragem de reduzir o imposto”, completou.

A solução foi construída após muita conversa. No sábado (26.5), o governador Reinaldo Azambuja fez uma reunião com a equipe técnica e o secretariado para elaborar estratégias a fim de minimizar os impactos da paralisação dos caminhoneiros no Estado. No mesmo dia, o governador anunciou a redução na pauta fiscal do óleo diesel a partir do dia 1º de junho.

Durante o período da greve dos caminhoneiros, o Governo do Estado realizou diversas fiscalizações em postos de combustíveis e supermercado visando combater os preços abusivos ao consumidor. Em reunião com o Sinpetro, foi estabelecido um valor máximo pelo preço do litro dos combustíveis até que a distribuição se normalizasse, impedindo que o consumidor fosse prejudicado.

Devido ao desabastecimento do Estado, Reinaldo Azambuja decretou na terça-feira Situação de Emergência, que terá vigência até que a situação seja normalizada. No mesmo dia, o governador, em reunião com o setor produtivo, anunciou a redução da alíquota do ICMS do óleo diesel, desde que os caminhoneiros encerrassem a greve no Estado.

Por corumbaonline

Sair da versão mobile