O Iphan e o Exército Brasileiro realizam hoje e amanhã (22 e 23 de maio), em Corumbá mais uma oficina técnica para discutir ações referentes à candidatura a Patrimônio Mundial do Conjunto de Fortificações do Brasil. O evento será realizado à partir das 14h no auditório da Unidade III da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus Pantanal e terá a participação de representantes de instituições federais, estaduais, municipais e militares com o objetivo de estabelecer os papéis dos diferentes entes no processo de candidatura. Na ocasião, será discutida a continuidade das ações, além de debates sobre a gestão das fortificações e a criação de estratégia conjunta para a sustentabilidade desses bens.

A Superintendência do Iphan no Mato Grosso do Sul já realizou reuniões prévias com atores locais envolvidos com a preservação e valorização do Forte de Coimbra, a fim de fazer um levantamento sobre as reais condições da fortificação e, assim, oferecer subsídios para a reunião ampliada.

O evento é um desdobramento do Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial, que aconteceu no ano passado em Pernambuco e culminou na assinatura da Carta do Recife. O documento contém diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas e para a certificação de destinos patrimoniais, visando, ainda, acordos específicos para cada fortificação com a definição de diretrizes de trabalho que têm norteado o desenvolvimento das ações. Já foram realizadas oficinas preparatórias no Amapá, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Em junho, serão realizadas oficinas técnicas em Santa Catarina, São Paulo e Bahia. Em julho, será a vez de Rondônia.

 

A missão de garantir as fronteiras
O Forte de Coimbra, em Corumbá, foi o primeiro a ser erguido a partir de uma ordem da Coroa Portuguesa para a construção de fortificações militares em alguns pontos do rio Paraguai, a partir de 1775. Durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), teve papel fundamental nas batalhas travadas tendo como pano de fundo as paisagens tranquilas do Pantanal.

Atualmente, o bem é administrado pelo Exército Brasileiro que tem como atrações a visita à parte alta da construção, de onde se observa o rio Paraguai ao lado de antigos canhões, além do passeio à vila de moradores e à gruta Buraco do Suturno.

Candidatura a Patrimônio Mundial
O Conjunto de Fortificações do Brasil, composto por 19 fortalezas e fortes situados em dez estados brasileiros, está entre os bens que integram a Lista Indicativa brasileira a Patrimônio Mundial da UNESCO. O conjunto representa as construções defensivas implantadas no território nacional, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do País.

Implantadas pelos europeus no Brasil, as fortificações tiveram suas origens em um processo de ocupação do território de modo particular, diferenciado das outras potências coloniais. Baseava-se em um esforço descentralizado, oriundo de ações dos próprios moradores das diferentes capitanias que formariam o Brasil, sem uma maior intervenção da metrópole. Isso resultou na construção de centenas de fortificações, espalhadas por todo o território nacional, edificadas para atender mais a interesses locais do que os da metrópole.

A seleção inclui monumentos erguidos no território desde o início da colonização: Forte de Santo Antônio da Barra, Forte São Diogo, Forte São Marcelo, Forte de Santa Maria e Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat (BA); Forte Coimbra (MS); Forte de Santa Catarina (PB); Forte de Santa Cruz, Forte São João Batista do Brum e Forte São Tiago das Cinco Pontas (PE);  Forte dos Reis Magos (RN); Forte de Príncipe da Beira (RO); Forte de Santo Antônio de Ratones e Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirime (SC); Forte de Santo Amaro da Barra Grande e Forte São João (SP); Fortaleza de São José (AP); Fortaleza de Santa Cruz da Barra e Fortaleza de São João (RJ).

Por corumbaonline