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A mão de obra da indústria da construção civil antevê a necessidade de mudanças diante do desaquecimento do mercado que, nos últimos anos, amargou a redução do número de obras públicas e no ritmo dos programas habitacionais. Para além das grandes máquinas e blocos de concretos, especialistas do segmento apontam como diferencial no currículo a qualificação na parte final do processo, que garanta um bom acabamento e agregue valor ao produto final.

 

Essa e outras oportunidades para trabalhadores ou profissionais em busca de colocação no mercado de trabalho serão abordadas em uma série de reportagens especiais que antecedem a inauguração da Escola Senai da Construção, marcada para o próximo dia 27 de julho, em Campo Grande (MS). As matérias vão mostrar como a estrutura, voltada exclusivamente para a qualificação profissional, irão fortalecer e trazer mais competitividade ao segmento.

 

Presidente do Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo afirma que recessão econômica dos últimos três anos impactou negativamente em toda a cadeia produtiva da construção. “A redução no número de grandes obras, principalmente da iniciativa pública, afeta toda a cadeia, e de forma imediata. O primeiro reflexo é o desemprego, depois há redução nos pedidos, que atingem o fabricante do tijolo, por exemplo, e assim sucessivamente”, afirmou.

 

Por isso, as obras de pequeno porte, acrescenta ele, dão uma perspectiva de novos investimentos por parte dos empresários e, principalmente, contratações. “Nesse caso, terá preferência aquele profissional que compreenda todo o processo de produção, seja capacitado para fazer um bom acabamento e conheça as tecnologias”, acrescentou Amarildo Melo.

 

Neste momento entra a Escola Senai da Construção. Inaugurada, a instituição disponibilizará oficinas de drywall (gesso), cursos de gesseiro, desenho de ambientes, desenho técnico de móveis sob medida, projetista de móveis e ambientes, marceneiro de móveis, aplicador de porcelanato líquido, entre outros que envolvem a etapa de finalização de uma obra.

 

Empresários do segmento apostam neste nicho de mercado para o sucesso da cadeia produtiva da construção civil. “A fabricação de peças personalizadas, que resulte em um ambiente que tenha a cara do cliente, é um diferencial. Mas, é claro, exige que o profissional na ponta tenha um preparo para instalar e consiga um acabamento de qualidade, que corresponda ao nível do que foi adquirido”, reforçou o empresário Alan Striquer, proprietário da indústria Fênix, localizada no polo cerâmico do município de Rio Verde, e que fornece para todo o Brasil.

 

Segundo Striquer, a classe AB está disposta a investir neste tipo de serviço, mesmo que tenham que pagar mais caro pelo material de construção e mão de obra. “Muitos nos procuram em busca disso, algo único, exclusivo. Tive uma cliente do Paraná que fazia questão de ter uma piscina com azulejos personalizados em fios de ouro. Fizemos algumas adaptações, porque o valor ficaria simplesmente inviável, até chegarmos a um resultado final satisfatório. Como era algo caro e minucioso, lembro que antes de enviar a remessa de azulejos fiz questão de perguntar se ela tinha um profissional de confiança para fazer a instalação, para não correr o risco de danificar”, lembrou.

 

O gerente da Escola Senai da Construção, Roger Benites, explica que os cursos que envolvem a parte de acabamento da obra estão dentro do portfólio de serviços a serem oferecidos na nova unidade do Senai, e que as turmas serão abertas conforme a demanda.

Por corumbaonline

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