Foi em uma dessas transições em velocidade que Victor Sá sofreu pênalti de Wesley e Tiquinho Soares marcou o primeiro do duelo. Os 26% de posse de bola foram a menor taxa do Botafogo nesta sequência de 12 jogos de invencibilidade em 2023. Ao mesmo tempo, foi o jogo que o time mais finalizou neste Brasileirão.
No segundo tempo, com a expulsão de Rafael logo aos cinco minutos, o Flamengo foi para cima. Um abafa dentro e fora de campo, com o apoio da torcida, resultaram em um gol de Léo Pereira instantes depois. Aí vem a Adaptação III: usar Tchê Tchê como meia pelo lado direito.
Após o cartão vermelho, Luís Castro tirou Júnior Santos, ponta pela direita, para colocar Di Plácido, lateral que entrou para recompor o lugar deixado na linha defensiva. Eduardo, então, passou a ser o atleta mais voltado para o lado direito, mas passava aperto na marcação – o camisa 33 foi sacado por Marlon Freitas e Tchê Tchê ocupou esta função pelos flancos do campo.
Mais reforçado defensivamente no meio, o Botafogo teve em Marlon Freitas uma intenção de melhorar a marcação no meio da área, local que Éverton Ribeiro comandava no 2º tempo. Com Tchê Tchê com mais liberdade, o camisa 6 fez grande jogada individual e criou a jogada do terceiro gol.
Com um a menos durante praticamente o segundo tempo inteiro, o Botafogo sofreu – era praticamente passar ileso em um contexto assim. Ao mesmo tempo, o time jogou. A equipe de Luís Castro venceu e mereceu vencer. A estratégia foi clara e executada.
Houve uma adaptação para evitar que o Flamengo ganhasse superioridade numérica no campo ofensivo a partir da chegada de Santos à última metade do campo. No segundo tempo, diante do cenário de pressão, o time até demorou para segurar as investidas de Éverton Ribeiro, mas contou com mais uma tarde inspirada de Lucas Perri.
Mais do que o resultado, a vitória no clássico serve para dar moral. O Botafogo termina a 3ª rodada na liderança do Brasileirão e sai maior do que entrou do jogo.