A Polícia não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.

ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, “bicos” inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

O aumento constante da violência e da criminalidade provoca um clima de insegurança na população, o que propicia um ambiente profícuo para se achar que há uma crise na segurança pública. Ocorrências graves, como tomada de reféns, tiroteios, rebeliões, homicídios grotescos e outros casos do dia-a-dia policial são aproveitados para preencher as lacunas dos telejornais.

Essas lacunas normalmente são oriundas da falta de correspondentes, de atrasos nas edições das reportagens ou, simplesmente, por não haver assuntos importantes naquele dia. Mas essa situação exige comentários e análises da imprensa, o que tem gerado espaço para um tipo de profissional muito peculiar, o “especialista em segurança”.

Podemos afirmar que o especialista em segurança é uma atividade que goza de grande respeito, pois aparece na mídia, faz assessoria dos nossos governantes e até interfere no trabalho da polícia. Algumas vezes eles conseguem até elevados cargos públicos.

O especialista em segurança é tão importante como outros dois colegas de profissão, o “especialista em futebol” (aquele técnico não contratado que tem todas as fórmulas mágicas para ganhar o campeonato e apontar os infinitos erros do técnico titular) e o “especialista em churrasco” (que, mesmo sem saber diferenciar picanha de patinho, dá uma aula de como preparar um legítimo churrasco gaúcho).

Por exemplo, a declaração do Ministro da Justiça:

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que o principal problema da área no Brasil está no sistema prisional. De acordo com ele, a maioria dos crimes cometidos é comandado por bandidos de dentro das cadeias.

“A discussão de segurança no Brasil começa na rua e termina nos portões do sistema prisional. Ao menos 70 facções criminosas foram criadas dentro do sistema prisional o que me leva a chamar a atenção que a dinâmica do crime na rua é comandada de dentro do sistema prisional. Não há discussão sobre a questão da segurança pública dos portões para dentro das unidades prisionais, ao que se passa lá dentro e o retorno daquele preso à rua”, disse Jungmann, em entrevista coletiva à imprensa na sede da delegacia-geral da Polícia Civil de São Paulo.

Mas é uma afirmação que não condiz com a realidade dos fatos, pois é uma associação de desleixo em relação à fragilidade e envolvimento entre os Chefões e dos portões para dentro das unidades prisionais que realmente preocupa, mas nunca é feito um trabalho conciso que possa evitar esse transtorno, por exemplo, nas unidades federais, os presos conseguem driblar a segurança interna e comandar de forma tranqüila, continuam comandando os seus escusos negócios além dos muros, dos portões e do RDD, lamentável, quem sabe com esse presidente eleito e que pensa diferente, possa ter uma ação mais contundente para tentar refrear o crime organizado, está difícil, mas não é impossível, necessita é claro valorizar a Policia de modo em geral, dando-lhes autonomia e estrutura para estabelecer o que é comum no entendimento do cidadão: Segurança Pública é dever do Estado.

Reginaldo Coutinho – Delegado sindical dos radialistas de Corumbá, cronista esportivo, locutor apresentador do programa Transnotícias na rádio Transamérica

Por corumbaonline

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