Wilson Aquino – Jornalista e Professor

A criminalidade no Brasil atingiu patamares insuportáveis. O número de mortes diárias supera em muito ao de muitas guerras do passado e da atualidade no mundo, segundo dados de organismos como Atlas da Violência, ONU e Organização Mundial de Saúde. Nos últimos 11 anos foram assassinadas 553 mil pessoas no país, conforme documento publicado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA.

Esse total de mortes é maior que o da Síria, país árabe que enfrenta 7 anos de conflito armado e que contabiliza um saldo de 500 mil mortes, de acordo com estimativa da Organização das Nações Unidas – ONU. Os números do Brasil representam também mais da metade do número de soldados ingleses, franceses e italianos, que perderam a vida na segunda guerra mundial (1945-1949).

Diante desse lamentável e assustador quadro, não basta ao país investir apenas no fortalecimento da segurança pública, como na compra de mais armamentos, viaturas, equipamentos e na contratação de mais policiais, para aumentar o efetivo nas ruas. É preciso “atacar” em todas as frentes, inclusive preventivamente, visando resultados positivos a médio e longo prazos, como na área de educação, abrindo espaços para a participação de alunos em atividades culturais e esportivas, dentro e fora das escolas, e principalmente na formação religiosa do indivíduo, começando na sua infância, com a presença dos pais nas igrejas.

Apesar do Estado laico, o Estado poderia ajudar a incentivar as famílias a se fortalecerem espiritualmente, sem entrar no mérito de religião, por intermédio de campanhas e orientações diretas junto a famílias como ocorre com a execução de projetos como o “Criança Feliz”.

Estudos e estatísticas comprovam a eficácia da religiosidade na educação e formação de crianças, jovens e adolescentes. Todos aqueles que trilham esse caminho, frequentando semanalmente atividades nas igrejas, dificilmente se desviam do bom caminho para práticas delinquentes e até o pior, a criminalidade. Essa verdade por si só, justificaria a entrada do Governo nesse processo de espiritualidade das famílias brasileiras. A questão é, como não fazer isso se essa ação representaria menos homens e mulheres praticando crimes amanhã? Eis aí um caso para as autoridades se debruçarem sobre ele e trabalhar melhor esse filão.

Pais sábios procuram desde cedo inserir princípios Cristãos na formação e educação dos filhos. Dessa forma fortalecem seu caráter com noções claras de certo e errado, de bem e do mal, e aprendem ainda, desde cedo, as consequências pelas escolhas de caminhos tortos que por ventura trilharem.

Em Provérbios (22:6) os ensinamentos de Deus são bem claros: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. A desculpa de que nesses tempos modernos e de economia difícil, que exigem tanto a presença do pai como da mãe no mercado de trabalho, não justifica sonegar o direito da criança de crescer em lar harmonioso e Cristão. Até porque, como se tem muito bem dito: “nenhum sucesso profissional justifica o fracasso no lar”. Então, pais precisam se esforçar mais para fortalecer espiritualmente os filhos e não achar que boas escolas são suficientes para torna-los bons cidadãos. Não são.

As áreas de esportes, cultura e lazer também são fundamentais no combate à violência, especialmente a longo prazo. Se todos os bairros e vilas de todas as cidades brasileiras tivessem áreas adequadas para práticas variadas de atividades físicas e esportivas, crianças, jovens e adolescentes ocupariam melhor seus preciosos tempos evitando como hoje ocorre, os ajuntamentos por puro ócio e falta de opção onde acabam enveredando para o caminho das drogas, da bebida, da violência e da  prostituição.

Por corumbaonline

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