Em meio à disputa política que ocorria em Corumbá em 2004, Ruiter Cunha de Oliveira foi escolhido para chefiar e administrar o município pela primeira vez.
Sempre carismático conquistou à maioria da população corumbaense que carinhosamente o considerava como um bom ‘ser humano’, com competência comprovada e aprovada. Foi assim que assumiu a cidade por três mandatos, ficando no cargo pouco mais de oito anos.
Mas em 1° de novembro de 2017, aos 10 meses do seu terceiro mandato, o gestor do executivo faleceu em Campo Grande, vítima de um aneurisma da aorta.
Conhecido por sua generosidade, o administrador da Cidade Branca vislumbrava bons ventos para o futuro de Corumbá após disputa política de dois partidos dominantes na época. Também era conhecido por ser bom gestor, competente e conceituado na sociedade estadual, conforme informações de eleitores convictos.
“Me lembro dele ainda candidato pela primeira vez, sua simpatia e vontade de fazer algo diferente por nós ressaltava aos olhos e com seu carisma ganhou a confiança da população que o elegeu com uma grande folga do outro candidato. O tempo foi passando e a reeleição era certa, a popularidade tinha multiplicado devido aos esforços do primeiro mandato e eu como eleitora nunca tive dúvidas. As pessoas eram conquistadas por ele e sua simplicidade, a vontade de ajudar, incluir e melhorar as nossas vidas sempre foi um ponto a seu favor”, comentou a corumbaense Maria Edna.
Já para outro eleitor a falta que ele faz é sentida tanto como pessoa quanto como chefe do executivo corumbaense, “sei que estão dando continuidade ao seu legado, mas é diferente, não sei se teremos alguém assim tão obstinado a fazer o bem para nossa cidade novamente. Ele fez história pelo ser humano e gestor que foi”, lamentou Mário José.
Como amigo de infância e também colaborador nas três passagens pelo paço municipal, o Secretário de Governo, Cássio Augusto da Costa Marques destacou o prefeito como um bom ‘chefe’, “sempre tratava a todos com muito respeito e igualdade, trabalhar com ele era tranquilo, já nos entendíamos sem nos comunicar, sempre nos esforçávamos para levar à população o nosso melhor, e isso era espírito de equipe, todos éramos importantes aos olhos dele e sem dúvidas foi um diferencial”.
De acordo com a sua irmã mais nova, Glauce Cunha, o menino brincalhão, esperto e muito perspicaz se transformou em um chefe do executivo bondoso e que sabia olhar o próximo com humanidade, “Ele sempre gostou de ajudar as pessoas, mas nunca antes tinha pensado em entrar para a política, até que começou a andar mais pela cidade e ter ideias que poderiam melhorar a vida delas”, enfatizou dizendo ainda, que a vontade só aumentou, e o mesmo viu na área pública um caminho para estar mais presente junto aos outros corumbaenses.
Ainda conforme Glauce todas as suas gestões foram voltadas para o lado social, “o Projeto Povo das Águas, por exemplo, demonstrava bem isso, o olhar para todos. Ele sempre quis ajudar buscando sempre o melhor para os outros”.
Sua mãe Leir Cunha, comentou que a área política não era a que mais a agradava, “nunca gostei muito da política, mas quando ele me contou suas pretensões, eu o apoiei, e agora tenho certeza que fiz bem, pois Corumbá ganhou um ‘pai’, uma pessoa que fazia tudo o que podia e não podia para honrar a confiança dos corumbaenses”.
As boas ações são lembradas até hoje, “as pessoas me encontram, me consolam e também me agradecem, ele nunca foi de comentar suas ações, mas estou descobrindo por meio das manifestações de carinho, as pessoas veem ate mim para me contar todo o bem que ele fez para elas e isso me conforta”, disse Leir.
Sonho da Família
“Um memorial é um projeto nosso, um sonho. Mas temos um sonho maior que é a criação de uma Fundação ou ONG, para levar o nome dele para ações sociais bem bacana. Ele fez o bem para tanta gente e nós cremos que o nome dele tem que ter continuidade com boas ações partindo da gente”, enfatizou Glauce que complementou, “A memória dele merece que lembremos de coisas boas era um ser humano de um coração enorme”, finalizou Glauce.
Biografia
Ruiter Cunha de Oliveira nasceu no dia 24 de janeiro de 1964 em Corumbá. Primeiro filho de Oswaldo de Oliveira e Leir Cunha de Oliveira, e irmão de Glauce Cunha de Oliveira. Formado em economia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e também em contabilidade pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, era casado com Beatriz Rosália Ribeiro Cavassa de Oliveira e deixou dois filhos.
Em homenagem a sua memória, a família realizará no dia 01 de novembro às 19 horas no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora uma missa para relembrar um ano da sua morte.