Localizado à margem direita do rio Paraguai, próximo a Porto Bush, onde está a tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, o Forte de Coimbra virou alvo de estudos que buscam alavancar sua candidatura junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), como Patrimônio Mundial. O comitê técnico que está fazendo os levantamentos já foi nomeado e conta com representantes da Secretaria Municipal de Educação e da Fundação Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá.
São duas vertentes, a primeira, busca o reconhecimento do forte como Patrimônio Cultural Material, que contempla a edificação fortificada, ou seja, o imóvel do forte que foi construído para proteger o território brasileiro na Guerra do Paraguai. A segunda, diz respeito ao Patrimônio Cultural Imaterial, levando-se em conta as histórias que o povo conta sobre Nossa Senhora da do Carmo, que teria “salvo” os militares de uma morte sangrenta. A santa, até hoje é festejada pelos moradores daquela região ribeirinha.
Os representantes da Prefeitura de Corumbá no comitê são o professor Rooney dos Santos, da Secretaria de Educação e a arquiteta Joanita Campos Ametla, do Patrimônio Histórico. Um Grupo de Estudos em Educação Patrimonial (GEEP) foi formado e conta com a participação de professores de história, geografia e artes. Serão eles os responsáveis por elaborar o dossiê a ser apresentado para a UNESCO. Se a proposta for aprovada, o forte poderá receber incrementos para sua manutenção e fomento.
No final de julho o GEEP esteve em Forte Coimbra contando com o apoio da Marinha. A bordo do Navio de Transporte Fluvial Almirante Leverger, a historiadora Ramona Catarina Ortiz Santos e coordenadores do GEEP realizaram palestras no trajeto entre Ladário e Forte Coimbra.
Já no forte, o apoio do grupo do Exército que está sediado no local para guarnecer a fortaleza e da equipe da Escola Municipal Ludovina Portocarrero, foi primordial ao grupo de estudos. O dia foi de levantamento de informações e de aproximação com os moradores que contaram as histórias da região rica em cultura e parte integrante da formação do município de Corumbá.
A intenção é de que os professores que participaram possam se transformar em agentes multiplicadores e cada vez mais levar aos alunos da REME o conhecimento necessário para apropriação e valorização da história viva da região.