Mais de 85 mil pessoas que passaram até ontem pelo 8º Fórum Mundial da Água, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, conheceram as águas do Pantanal Sul-mato-grossense.
Com uso da tecnologia, houve a mostra de imagens dos rios pantaneiros captadas por drone, no projeto Voe pelas Águas do Brasil, apresentado aos visitantes. “Isso é um sonho, quero conhecer esse lugar”, comentou o gerente de Comunicação da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Wendell Barbosa.
O Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Águas (ANA) criaram o Espaço Brasil, na Exposição montada no estádio Mané Garrincha, onde também apresentaram o Pantanal. No local, imagens de iniciativas de sucesso pela preservação ambiental no País eram exibidas numa tela. “Todas fazem parte dos sítios Ramsar, áreas selecionadas em convênio para serem conservadas”, explicou Alessandra Daibert, responsável da ANA pela montagem do espaço.
Os olhares dos estrangeiros – com participação no Fórum de 175 países -, se voltaram principalmente para a Reserva Particular do Patrimônio Natural fazenda Rio Negro, no Pantanal da Nhecolândia. Acompanhado de seguranças e de coreanos, o primeiro-ministro da República da Coreia do Sul, Nak-Yon Lee, parou para assistir às belezas pantaneiras no painel.
Ontem, no Dia Mundial da Água, os governos da Bolívia, Brasil e Paraguai assinaram Declaração de Interesse para o Pantanal. O objetivo do documento é favorecer um processo de cooperação para a conservação desse ecossistema. A região divulgada sobre as águas do Pantanal, durante o maior evento do mundo sobre o tema, que acontece pela primeira vez no Hemisfério Sul, é isolada e pouco habitada.
Nos locais mais próximos, a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) tem responsabilidade no fornecimento de água para os municípios de Ladário, Corumbá e nos distritos Albuquerque e Porto Esperança. Nessas localidades, há cerca de 35 mil ligações de água. Após eventos como esse que termina nesta sexta-feira (23.3), segundo o gerente regional da Sanesul, em Corumbá, Eduardo Duque, é comum a vinda de turistas para esses municípios pantaneiros. “Nós estamos sempre preparados com o dobro da nossa demanda de abastecimento de água nesses municípios, principalmente nessa época de pesca liberada até novembro”, disse.
Incentivo ao Fórum
A Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) promoveu reuniões técnicas com assessores de comunicação e diretores-presidentes de companhias de saneamento, durante a semana do Fórum, para incentivar visitações ao evento. Discussões como segurança hídrica, gestão urbana da água, mudanças climáticas e acesso democrático aos recursos eram os temas em discussão nos seis dias do Fórum.
Na ocasião, os visitantes puderam também conhecer soluções inovadoras de uso sustentável do recurso hídrico. O coordenador de Recursos Hídricos e Atmosféricos, José Luiz Scroccaro, do Paraná, distribuiu papel semente de cravina.
Os japoneses trouxeram um modelo de estação de tratamento de água domiciliar e apresentaram com a cerimônia do chá de Kyoto. No Japão, o projeto é utilizado em três milhões de residências do país e representa uma economia de mais de 40% no consumo hídrico dos lares. Parte é tratada nas casas, para ser reutilizada e voltar ao meio ambiente.
O diretor-presidente da Sanesul, Luiz Rocha, parabenizou a iniciativa da Aesbe em atrair os interessados e os comunicadores no assunto água para o maior evento de recurso hídricos. “Foi muito oportuno o encontro dos representantes das empresas de saneamento durante a semana do Fórum Mundial da Água”, pontuou.
Essa foi oitava edição do Fórum Mundial da Água, realizado a cada três anos em um país diferente. A primeira edição ocorreu em 1997, em Marrakesh, no Marrocos, e a última em 2015, em Daegu, na Coreia do Sul, com participação de 40 mil pessoas. Desta vez, a relevância dos temas atraiu, além do público recorde, 12 chefes de Estado, 134 parlamentares e 70 ministros de 56 países.