Mato Grosso do Sul inicia 2018 com R$ 2,2 bilhões em recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) disponíveis para contratação e boas expectativas em relação ao setor rural, que teve R$ 80 milhões deliberados na primeira reunião do ano do Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO.

Realizada nesta quarta-feira na Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) a reunião aprovou R$ 80 milhões para o setor e ainda deve analisar outros R$ 100 milhões, também para o rural.

O secretário Jaime Verruck destaca que o montante é recorde para janeiro. “Não tivemos em nenhum momento de janeiro um volume de recursos dessa ordem, mostrando que o setor vai ter um desempenho positivo ao longo do ano”.

Em contrapartida, o Governo do Estado tem demonstrado preocupação em relação a aplicação de recursos para o setor empresarial. Isso por que em janeiro deste ano o Ministério da Fazenda e o Congresso Federal alteraram a taxa do setor, passando de fixa para a TLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).

Por ser variável e mudar mensalmente, a nova taxa gera instabilidade aos empresários. Além disso, o Banco do Brasil sinalizou que só vai abrir o sistema para o recebimento de projetos do setor empresarial em março. O secretário Jaime Verruck acredita que esses meses de atraso vão comprometer totalmente a aplicação de recursos da área.

O Governo do Estado, por meio da Semagro, já tinha se manifestado contra a mudança no âmbito da taxa por acreditar que 2018 ainda é um ano de recuperação e a decisão da troca de taxa pode comprometer a aplicação de recursos e o resultado recorde obtido no ano passado.

“A Semagro está pedindo a reversão da TLP, já conversamos com deputados e Governo Federal e estamos pedindo pressão das entidades para que se mantenha em 2018 a taxa fixa no FCO, visto que o problema também vai surgir no rural em julho, quando há a mudança da taxa do setor”, destacou o secretário.

Para tentar minimizar o problema ao longo do ano, Semagro e Banco do Brasil atuam para antecipar as contratações do rural. “Num momento de crise, quando temos uma retomada da contratação esse posicionamento unilateral do Ministério da Fazenda, mostra que eles estão tratando o FCO como uma linha de financiamento tradicional e básica, sem olhar que é uma linha de fomento de desenvolvimento. Mais uma vez o Governo Federal olha para o caixa e não olha para o desenvolvimento”, finaliza Jaime Verruck.

Por corumbaonline