O sistema de Integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF) já tem mais de 3 milhões de hectares em Mato Grosso do Sul, que se destaca como o primeiro estado do País nesta modalidade. Além do esforço dos produtores rurais, o resultado foi obtido graças a inúmeros programas de incentivos do Governo do Estado que busca o certificado de Estado Carbono Neutro até 2030.

O papel do Estado em incentivar esta prática foi destacado na noite de ontem na palestra do superintendente de Agricultura e Pecuária da Semagro (Secretaria de Estado da Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar) Rogério Beretta, no foi Painel temático “ILPF e Mercado de carbono” da Caravana IPLF que aconteceu no Sindicato Rural de Campo Grande.

Durante a semana, os produtores puderam conhecer mais sobre o Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e participar das atividades da Caravana ILPF.

Ontem na Capital o evento contou ainda com a presença de Roberto Giolo de Almeida, pesquisador da Embrapa Gado de Corte; Miguel Tadeu Goncalves Cadini, Gerente de Negócios Florestais da empresa Suzano Papel e Celulose; Renato Rodrigues, Diretor para América Latina da empresa Regrow e André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS.

No evento foram debatidas as iniciativas de cada setor no avanço do IPLF e como as técnicas ajudam a inserir Mato Grosso do Sul no mercado de Carbono Neutro.

De acordo com o superintendente da Semagro, o Estado conta com inúmeros programas de incentivos a boas práticas agropecuárias e que ajudam a se produzir com mais sustentabilidade. “Temos um desafio muito grande que é produzir alimentos com mais sustentabilidade. Por isso, desde o ano passado, a Semagro firmou no ano passado um compromisso de zerar as emissões de gases no Estado até 2030”, salientou.

Entre as ações ele citou a melhoria na logística, com a reativação de ferrovias que têm menor emissão de carbono na natureza. “Primeiro é um dos importantes programas hoje no Estado é o da mudança nos modais de logística. Temos aí o projeto da Rota Bioceânica, que é um programa importantíssimo e que já foi classificado como a Nova Rota do Panamá. Todos nossos programas de logística visam reduzir o uso de rodovias e caminhões que são movidos a diesel” afirmou.

Beretta ainda citou a geração de energias renováveis do Estado. “Temos a geração hidráulica nos rios. Então a questão da energia renovável é muito forte. Não podemos deixar de citar o programa de energia solar implementado no Pantanal. São 2.700 pontos de geração de energia solar no Pantanal. Vários projetos de energia solar estão fazendo com que tenhamos realmente uma matriz energética muito limpa no Estado”, salientou.

Outro ponto apresentado por Beretta foi o programa de destinação de lixo e resíduos sólidos. “As empresas têm que recolher o material oriundo dos seus produtos vendidos no Estado ou tem que compensar com crédito uma ativação”, explicou.

Programas

Na agropecuária, o superintendente citou o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), instituído pelo Governo de Mato Grosso do Sul, que estimula e amplia as práticas conservacionistas na Serra da Bodoquena e se estende a outras regiões do Estado. A premiação garante certificado de sustentabilidade às atividades da propriedade rural, seja de produção agropecuária e turismo ou como área de proteção ambiental.

O Programa Precoce MS, que reduziu em 16 meses a idade de abate de bovinos, também foi lembrado por Beretta como um case de sucesso e que garantiu no ano passado mais de R$ 120 milhões de incentivos pagos aos pecuaristas.

A Produção de Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal que incentiva a pecuária pantaneira desde 2019 foi destacado pelo superintendente como ideal no fomento à competitividade dos produtores. “O programa incentiva a pecuária de baixo impacto ambiental, baseada no modelo tradicional, com baixo nível de intervenção nos recursos naturais existentes daquela região”, finalizou.

Por Da Redação